
Quando você ouve a palavra lança-chamas, o que vem à mente?
Nazistas em trincheiras? Tropas na selva do Vietnã? Um herói em um game pulverizando zumbis com fogo?
Pois é… o lança-chamas virou símbolo de guerra suja, terror psicológico e destruição visceral. Mas será que ele ainda é usado em combate real? Ou foi aposentado no museu das atrocidades?
Neste artigo da Gazeta Tática, vamos incendiar mitos, mostrar a verdadeira função do lança-chamas e explicar por que ele ainda assombra campos de batalha, direta ou indiretamente.
Prepare-se para uma leitura quente — e incômoda.
O que é (de verdade) um lança-chamas?
Começando pelo básico: um lança-chamas é uma arma desenhada para projetar líquido inflamável em chamas a uma distância considerável — algo entre 20 a 70 metros, dependendo do modelo.
Não estamos falando de um isqueirinho com spray de cabelo. Estamos falando de um jato contínuo de fogo que transforma o ambiente em inferno instantâneo.
O combustível geralmente é napalm ou uma mistura similar, densa e pegajosa, que continua queimando mesmo depois de atingir o alvo.
E o mais cruel: não é só arma de destruição física. É instrumento de terror, de colapso mental, de desestabilização total.
Onde o lança-chamas brilhou (ou queimou tudo)?
Historicamente, o lança-chamas foi amplamente usado nas seguintes guerras:
🔥 Primeira Guerra Mundial:
- Introduzido pelos alemães para limpar trincheiras inimigas.
- Causava pânico imediato. Soldados muitas vezes se rendiam só de ver a tocha acesa.
🔥 Segunda Guerra Mundial:
- Amplamente usado por americanos no Pacífico e por nazistas na Europa.
- Ideal para eliminar posições entrincheiradas, bunkers e cavernas.
- Napalm foi incorporado, aumentando ainda mais o dano e o trauma.
🔥 Guerra do Vietnã:
- O auge do inferno. O napalm virou símbolo de horror, destruição civil e colapso moral.
- O lança-chamas virou arma de limpeza de selvas, vilarejos e túneis — com consequências devastadoras.
O lança-chamas foi banido?
A pergunta que não quer calar.
Resposta curta:
Não. Mas quase.
Resposta realista:
O uso de armas incendiárias contra civis ou em áreas civis foi severamente restringido pela Convenção sobre Certas Armas Convencionais (CCAC). O Protocolo III limita o uso, mas não proíbe totalmente.
Ou seja:
Se o alvo for militar, em área isolada, e a justificativa for “necessária”… o lança-chamas ainda está liberado.
Alguns países — como EUA, Rússia, Coreia do Norte e Israel — ainda têm lança-chamas ativos em seus arsenais, mesmo que com uso cada vez mais simbólico, tático ou substituído por sistemas mais modernos.
Lança-chamas ainda é usado hoje?
Vamos ao que interessa.
Sim, mas de forma diferente.
🔶 Unidades russas ainda operam sistemas chamados RPO-A Shmel — tecnicamente lança-chamas, mas que funcionam como lança-mísseis incendiários.
🔶 Forças especiais em diversos países treinam com micro sistemas de fogo tático para uso em cavernas e estruturas fortificadas.
🔶 Polícias em conflitos urbanos extremos já usaram lança-chamas improvisados ou adaptados para romper barricadas.
🔶 Drones já foram acoplados com micro lança-chamas para limpeza de áreas ou sabotagem.
Então sim: o lança-chamas evoluiu, mas não sumiu. Ele só ficou mais inteligente, mais preciso e… mais assustador.
Por que o lança-chamas ainda assusta mais que uma explosão?
Simples. Porque o fogo tem um efeito psicológico devastador.
- Explosões matam rápido.
- Fogo faz a vítima correr, gritar, agonizar.
- A ameaça do fogo paralisa. Queima a moral antes do corpo.
O lança-chamas é, acima de tudo, uma arma de dominação psicológica. Serve para quebrar o inimigo por dentro antes de quebrá-lo por fora.
Como um predador que não precisa morder — só mostrar os dentes.
O inferno pegajoso do napalm
Falando em queimaduras, não dá pra ignorar o napalm.
Esse líquido incendiário é o combustível favorito dos lança-chamas. Denso, grudento, ardente como o próprio diabo. Quando gruda na pele, não sai nem com água. E continua queimando por até 10 minutos.
Algumas das imagens mais icônicas (e brutais) da Guerra do Vietnã envolvem vítimas cobertas de napalm, correndo em desespero com a pele derretendo — literalmente.
Por isso, o napalm virou símbolo do uso indiscriminado da força e da desumanização total do inimigo.
Por que isso importa hoje?
Você pode pensar: “mas eu nunca vou enfrentar um lança-chamas”.
Ótimo. Espero que não.
Mas o ponto aqui é outro: entender que armas não servem só para ferir corpos. Elas ferem mentes. E a guerra moderna é tanto psicológica quanto física.
Saber como o fogo afeta o comportamento humano, como o medo paralisa, como o terror visual influencia decisões — tudo isso faz parte da Cultura de Segurança.
Inclusive no dia a dia. Porque a arma que você enfrenta pode não ser um lança-chamas… mas pode ser o pânico. O caos. A confusão. A hesitação.
E isso também queima.
Armas modernas substituíram o lança-chamas?
Sim, e não.
Substituíram em parte. Mas o “espírito incendiário” continua vivo em:
🔥 Munições termobáricas (como as russas usam em combates urbanos)
🔥 Drones com cargas incendiárias
🔥 Granadas de fósforo branco (cujo uso é ainda mais polêmico)
🔥 Armas químicas que causam combustão ao contato com oxigênio
Ou seja: o lança-chamas clássico de mochila e tocha pode estar fora de moda…
Mas a ideia de dominar o inimigo pelo fogo está mais viva do que nunca.
A real lição do lança-chamas
O lança-chamas ensina uma verdade que muita gente evita:
A guerra não é justa. Não é limpa. Não é heroica.
Ela é suja, brutal, ardente — e quem entra despreparado, vira cinza.
Estudar armas como o lança-chamas não é glorificar violência.
É entender como o ser humano, em sua versão mais sombria, pensa, age e ataca.
É saber reconhecer o horror para nunca ser pego de surpresa por ele.
🔥 E aí, o que você achou?
Deixe nos comentários:
Você acha que o lança-chamas ainda tem lugar na guerra moderna? Ou deveria ser banido de vez?
Compartilha este artigo da Gazeta Tática com quem ainda acha que guerra é um jogo de honra e regras bonitinhas.
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